segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Leve

Cheguei na fila do Colegiado da Psicologia com preguiça e mal humorada. Maldito período de matrícula! Com certeza ficaria bastante tempo ali. E era muito provável que não saísse com meu problema resolvido. Na minha frente tinha uma moça branquinha e sardenta, bem magra. Enquanto esperava sua vez de ser atendida, ela fazia crochê. Olhei demoradamente pra ela: que leveza! A moça levitava, totalmente alheia ao stress do pessoal na fila. Tive inveja dela. Desejei ter minhas agulhas de crochê pra passar o tempo. Quis ficar amiga dela. Uma pessoa de menos de sessenta anos que sabe fazer crochê com certeza é alguém muito legal. Que mulher hoje em dia sabe costurar? Pensei logo na minha avó, que sempre quis me ensinar a bordar. Tivesse me interessado e poderia ser eu levitando naquela fila, tranqüila,superior a todos, muito maior que aquela briguinha por vagas numa disciplina maisoumenos.

sábado, 9 de janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pra não ser esquecido

Hoje quero apenas registrar umas palavras bonitas que a Ethel escreveu pra mim e me pediu pra retirar do orkut. Tiro de lá, mas posto aqui. Pra que as lindas palavras não sejam esquecidas.

"Suas pétalas são de dúvidas,e por isso, eu, como beija-flor, tenho que ir nelas todos os dias para saber como estão. Às vezes tenho respostas, na maioria não.
Mal sabe ela (qual flor será?) que é o beija-flor que sai ganhando, sempre".

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Período de seca e período de atividade

Já que amanhã é dia de festival, hoje falo de dança. O post vai ser curtinho, que tenho que dormir cedo.

Às vezes me pergunto porque é que a dança sempre retorna à minha vida com tanta força, depois de longos períodos de seca (como chamo as épocas em que fico sem fazer aula). Ela reaparece de forma tão intensa que consegue realizar transformações em diversos campos da minha vida. É uma espécie força restauradora, revitalizante. Os períodos de atividade (como chamo as épocas em que faço aulas regularmente) são sempre os mais felizes e produtivos, em que me sinto mais viva, criativa e confiante. Quando danço, escrevo melhor, consigo me concentrar mais nas tarefas diárias, cumprir promessas, ficar bem humorada. Tia Jane sempre dizia que a dança disciplina as pessoas. E é verdade.

Também me pergunto, todas as vezes que volto a dançar, porque é que fui parar. Interromper as aulas de dança é um grande erro! Mesmo que o bicho esteja pegando na faculdade, no estágio, em casa, não importa: a dança tem o lugar dela, que faz falta. É uma parada pra respirar; é um lugar pra fantasia, pro lúdico, pro corpo, pra introspecção e pro estar junto. Então, queridos leitores deste blog, deixo aqui um recado pra vocês: não deixem que eu pare. Eu posso dar a desculpa que for, mas quero que vocês digam pra mim que eu vou me arrepender muito depois e que é pra eu encontrar um horário pra ensaiar, nem que seja de dez às onze da noite.

É isso!

Muitíssimo boa sorte pra mim na apresentação amanhã.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um blog sem leitores

Acabei de olhar na wikipedia o significado da palavra blog. Descobri que um blog típico deve combinar texto, imagens e links para outros blogs, além de oferecer a possibilidade de os leitores comentarem os posts, promovendo uma espécie de diálogo com o autor. A tal da interatividade, né?

Meu blog não se enquadra, portanto, na categoria blog. Ele não tem imagens (na verdade eu não me lembro mais como se faz pra colocar imagens), não tem links para outras páginas da internet (isso eu também não sei como se faz) e possui três ou quatro leitores esporádicos. Pra falar em termos da teoria da comunicação: é um blog nada dialógico, nada praxiológico.

Mas eu me desviei do propósito inicial deste post. Na verdade, eu só queria dizer que, ao reler o último post agora há pouco, eu reparei que numa certa parte do texto eu escrevo assim: "Mas gente, se vocês soubessem como isso é um avanço!" e tive muita vontade de rir. Porque foi como se eu tivesse conversando com leitores assíduos imaginários.

Era só isso. A onda de pesquisar na wikipedia e falar que meu blog não é um blog foi meio nada a ver.

Talvez eu divulgue o blog daqui a um tempo, quando eu já tiver aprendido a lidar melhor com as tecnologias bloguísticas e quando os posts estiverem menos nada a ver.

O que houve com a eterna apaixonada?

“Agora eu quero ser um caso.”

Era da minha boca que essas palavras tinham saído. E quase sem hesitação, com naturalidade. Só depois de proferidas é que elas me assustaram um pouco. Não por causa do conteúdo, mas porque era eu falando aquilo! Gabriela teria se orgulhado de mim. (Ela tem mania de me dizer que eu preciso parar de procurar amores e aprender a ficar sozinha).

Ao contrário de muitos amigos, cujo maior medo era passar os anos de faculdade presos a um relacionamento sério, eu sempre tive PÂNICO de passar a faculdade inteira solteira. E parece que foi praga!

Desde que terminei meu longo namoro de quatro anos que não namorei ninguém. É claro que não foi por eu não querer. Muito pelo contrário: algumas pessoas eu até quis bastante, elas é que não quiseram saber de mim. Gabriela acha que é porque quando eu conheço um cara legal, ele consegue ler na minha testa “quero namorar você desesperadamente” e sai correndo. E eu tenho que admitir que é a mais pura verdade.

Precisaram passar três anos pra eu conseguir não querer namorar; pra eu conseguir querer ser um caso de alguém, ter um caso com alguém, com vários alguéns. E ficar em paz com isso. (Em paz também é exagero, quem me conhece sabe que sou dramática e vivo reclamando). Mas gente, se vocês soubessem como isso é um avanço! Antes eu vivia cantando aquela musiquinha dos Los Hermanos “eu só aceito a condição de ter você só pra mim” e reclamando da fragilidade dos laços amorosos nessa tal de pós-modernidade, da falta de compromisso desses homens de hoje em dia! Eu querer ser um caso é MUITO legal.

“Quanto tempo você acha que dura essa sua onda, Cecília?” Uma amiga me perguntou. Não sei. Pode ser que amanhã ela passe e eu volte a querer encontrar um príncipe encantado que me leve prum castelo num cavalo branco. Mas pode ser que eu fique assim um tempo. Pode ser que amanhã eu queira apagar esse post e ache tudo que eu disse aqui uma grande bobagem.O que importa é que hoje eu quis ser um caso. E registrei aqui minha vontade.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Gravidez tubária

Quando eu tinha cinco anos e meu pai veio me buscar pra visitar minha mãe no hospital porque ela tinha tido uma "gravidez tubária", fui toda animada, doida pra conhecer meu novo irmãozinho, que tinha nascido com cara de tubarão.